quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Planejando 2013

Walter S. Barbosa[1]
Conforme expectativa da maioria dos habitantes desta nave terrena – alguns meio em dúvida, outros até preparando “bolhas” de sobrevivência, com armas e gêneros alimentícios – o mundo não acabou. Continuamos por aqui mesmo, deixando de contar apenas com os que abandonaram seus corpos físicos nestes últimos dias em seu particular fim de mundo, dentro da ordem natural das coisas (em essência, tudo é natural, conforme as leis divinas, surgindo como consequência de nossos atos).

Enquanto rolava a discussão “Será que o mundo acaba, será que não acaba?” – gerando negativa até mesmo da NASA para apaziguar corações aflitos –, gurus de plantão diziam: “Fiquem calmos! Não vai acabar! É apenas um ciclo velho que se finda, para início de um ciclo novo”. De qualquer maneira, o fim de 2012 está aí. Com ou sem alinhamentos planetários, toda passagem de ano é início de um ciclo novo, trazendo a oportunidade de repensarmos nossas vidas.

Tudo começa na mente, e pensamento é energia. Existem aqueles corriqueiros, que chegam e passam. Aí é uma energia volátil, que não nos afeta em nada. Outros, porém, se agarram em nossa esfera mental por meio de pequeninas formas – chamadas “formas-pensamento” – cuja duração depende da intensidade e constância do pensamento. Para isso muito contribui aquilo que, ao mesmo tempo, estamos sentindo, sendo a emoção – quase sempre carregada de desejo – uma grande produtora dessas formas, que têm vida e consciência próprias. E, como tudo que é vivo, elas querem continuar vivendo.

Do que se alimenta essa vida? Da continuidade do que pensamos, realimentando-se pelas próprias formas-pensamento. Elas descarregam sua energia em nós sempre que se apaga o pensamento-sentimento que as originou. O pensamento volta e elas “engordam”. Daí a expressão “Cuidado com aquilo que você deseja”. Se for um pensamento nobre, muito bem. Se for de ódio, é o caminho para aprofundar o mal no mundo. Por trás disso estão as grandes obras, mas também as grandes misérias que nos acompanham pela vida afora.

Conhecendo o fato, podemos replanejar a nossa vida, tirando proveito consciente dos bons pensamentos, das belas obras. Qual a importância de planejar? É estabelecer um caminho, um ideal para a existência, em lugar de vivê-la de forma puramente instintiva. Nas passagens de ano, há um fluxo de energia à nossa disposição para elaborar essas mudanças. Se estivermos de fato começando um ciclo especial – mais profundo que todos os outros –, essas forças serão mais intensas ainda. Cada um, de acordo com seu grau de consciência, pode estar neste momento sentindo isso em seu próprio coração.

Repensamos, então, nossas vidas para 2013. Alguns falam a respeito da “nova ordem do amor”. Possa ser essa a nossa motivação maior, acionando os portais intuitivos que funcionam pelos canais do coração, sendo esse o caminho também da vontade espiritual, que é amorosa e sábia.

Antes da virada do ano – lançando no AGORA as sementes do amanhã – coloquemos em um papel tudo que queremos realizar em 2013, deixando nossa mão ser guiada mais pelo Deus Interno do que pelas ambições. Você não precisa completar a lista em um dia. Deixe-a fluir de dentro, como palavras colocadas no rio do silêncio. O murmúrio resultante chegará por meio do coração, como um sentimento que você verbaliza. Ao concluir a lista sinta-a fixada dentro de você, respirando lentamente, sem mais palavras, apenas como consciência.

A “nova ordem” só pode significar um todo, envolvendo nossa vida material e espiritual como coisa única, uma experiência integral de corpo e espírito, eliminando grande parte de nossos conflitos.  O amor cria essa unidade. Em 2013, que possamos SER mais amor!


[1] Membro da Sociedade Teosófica e da Universidade Livre para a Consciência, www.uniconsportal.org.br.

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