Walter S. Barbosa[1]
Conforme expectativa da
maioria dos habitantes desta nave terrena – alguns meio em dúvida, outros até preparando
“bolhas” de sobrevivência, com armas e gêneros alimentícios – o mundo não
acabou. Continuamos por aqui mesmo, deixando de contar apenas com os que abandonaram
seus corpos físicos nestes últimos dias em seu particular fim de mundo, dentro
da ordem natural das coisas (em essência, tudo é natural, conforme as leis divinas, surgindo como consequência de nossos atos).
Enquanto rolava a discussão
“Será que o mundo acaba, será que não acaba?” – gerando negativa até mesmo da
NASA para apaziguar corações aflitos –, gurus de plantão diziam: “Fiquem
calmos! Não vai acabar! É apenas um ciclo velho que se finda, para início de um
ciclo novo”. De qualquer maneira, o fim de 2012 está aí. Com ou sem
alinhamentos planetários, toda passagem de ano é início de um ciclo novo,
trazendo a oportunidade de repensarmos nossas vidas.
Tudo começa na mente, e pensamento
é energia. Existem aqueles corriqueiros, que chegam e passam. Aí é uma energia
volátil, que não nos afeta em nada. Outros, porém, se agarram em nossa esfera
mental por meio de pequeninas formas – chamadas “formas-pensamento” – cuja
duração depende da intensidade e constância do pensamento. Para isso muito
contribui aquilo que, ao mesmo tempo, estamos sentindo, sendo a emoção – quase
sempre carregada de desejo – uma grande produtora dessas formas, que têm vida e
consciência próprias. E, como tudo que é vivo, elas querem continuar vivendo.
Do que se alimenta essa vida?
Da continuidade do que pensamos, realimentando-se pelas próprias
formas-pensamento. Elas descarregam sua energia em nós sempre que se apaga o
pensamento-sentimento que as originou. O pensamento volta e elas “engordam”. Daí
a expressão “Cuidado com aquilo que você deseja”. Se for um pensamento nobre,
muito bem. Se for de ódio, é o caminho para aprofundar o mal no mundo. Por trás
disso estão as grandes obras, mas também as grandes misérias que nos acompanham
pela vida afora.
Conhecendo o fato, podemos
replanejar a nossa vida, tirando proveito consciente dos bons pensamentos, das
belas obras. Qual a importância de planejar? É estabelecer um caminho, um ideal
para a existência, em lugar de vivê-la de forma puramente instintiva. Nas
passagens de ano, há um fluxo de energia à nossa disposição para elaborar essas
mudanças. Se estivermos de fato começando um ciclo especial – mais profundo que
todos os outros –, essas forças serão mais intensas ainda. Cada um, de acordo
com seu grau de consciência, pode estar neste momento sentindo isso em seu
próprio coração.
Repensamos, então, nossas
vidas para 2013. Alguns falam a respeito da “nova ordem do amor”. Possa ser
essa a nossa motivação maior, acionando os portais intuitivos que funcionam
pelos canais do coração, sendo esse o caminho também da vontade espiritual, que
é amorosa e sábia.
Antes da virada do ano – lançando
no AGORA as sementes do amanhã – coloquemos em um papel tudo que queremos
realizar em 2013, deixando nossa mão ser guiada mais pelo Deus Interno do que
pelas ambições. Você não precisa completar a lista em um dia. Deixe-a fluir de
dentro, como palavras colocadas no rio do silêncio. O murmúrio resultante
chegará por meio do coração, como um sentimento que você verbaliza. Ao concluir
a lista sinta-a fixada dentro de você, respirando lentamente, sem mais
palavras, apenas como consciência.
A “nova ordem” só pode
significar um todo, envolvendo nossa vida material e espiritual como coisa
única, uma experiência integral de
corpo e espírito, eliminando grande parte de nossos conflitos. O amor cria essa unidade. Em 2013, que
possamos SER mais amor!
[1]
Membro da Sociedade Teosófica e da Universidade Livre para a Consciência, www.uniconsportal.org.br.
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