Walter S. Barbosa[1]
Que valor tem o presente recebido, em qualquer
ocasião festiva, para cada um de nós? Parece que depende de várias coisas. Primeiramente
de nós mesmos, do nosso próprio juízo de valores ou do estado de espírito no
momento. Depois, de quem nos traz a lembrança, ou seja, aquilo que a pessoa
representa em nossa vida. E em último lugar (pode não ser nessa ordem), do
valor material ou sentimental daquilo que recebemos.
O Natal é um momento especial para essas trocas.
Segundo a teósofa e clarividente Dora Van Gelder Kuntz, na obra “O Natal dos
Anjos”, nessa época há uma descida especial de energias do mundo angélico para
o mundo humano, fazendo com que as pessoas se tornem mais expansivas e
generosas, aproveitando a relação com a data atribuída ao nascimento de Jesus.
Sobram controvérsias quanto ao 25 de dezembro para
celebração daquele evento. Não se sabe ao certo quando Jesus nasceu, até porque
os registros históricos não falam a respeito. Contudo, o que importa é a
lembrança ou a intenção em torno da data, elevando o pensamento e sentimento
das pessoas. Por sinal, segundo Helena Blavatsky – fundadora da Sociedade
Teosófica – a intenção é sempre o que conta, inclusive carmicamente, quanto ao
peso de nossos atos.
No caso do Natal, a lembrança de Jesus cria um
momento especial de abertura, que é aproveitado para alargamento dos canais da
consciência, independentemente da ênfase nos panetones, ou, pior, na imensa
quantidade de animais sacrificados para honrar nossa gula (gerando, em troca
desse prazer, mais dor para o reino animal).
Todo movimento que fazemos em direção aos céus (o
que não significa um lugar, mas um estado de consciência), por menor que seja,
é respondido com quantidades centuplicadas de bênçãos. A abundância é sempre a
linguagem de Deus, da natureza. A chamada “Lei da Escassez”, imperante na
economia, está vinculada aos limites materiais do comportamento humano,
especialmente pelo fato de usar sem sabedoria.
Com que presentear no Natal? É provável que no
momento da escolha, nossa inclinação seja por aquilo que apreciamos, o que
gostaríamos de receber. E com isso, freqüentemente erramos em tais escolhas. Entre
os presentes com menor possibilidade de erro, e maior significado, talvez
estejam os reencontros que possamos fazer. Como dar um abraço em alguém, pelo
caminho do perdão, desfazendo antigos ou novos rancores. Um presente para
sempre.
Pela via da originalidade – e também de acordo com
os dias de hoje, com uso da internet – recebi a poucos dias, na forma de belo
“pps”, um presente especial: os 11 conceitos do Dr. Joseph Murphy para que o
subconsciente trabalhe a nosso favor, originalmente apresentados em seu livro
“O Poder do Subconsciente”.
A propósito, podemos indicar duas belas obras com
base nas reflexões propostas por estes artigos ao longo dos últimos anos: “O
Poder do Agora”, de Eckhart Tolle (Editora Sextante), e “Um Retorno ao Amor”,
de Marianne Williamson (Editora Novo Paradigma). Qual o motivo? São portais
para a consciência.
Ponho nessa categoria aqueles textos que tocam
diretamente o coração, cada frase irradiando poder. Esse é o ponto: a linguagem
que ultrapassa a barreira da mente, caindo no berço de nossa alma, e a partir
daí gerando insights, mudanças de consciência.
Como o reencontro com alguém, extinguindo antigos
desafetos, cada avanço da consciência é sempre mais um passo para a
reconciliação conosco mesmos, juntando fragmentos de corpo, alma e espírito,
sepultados nos traumas e amarguras do caminho. Sem dúvida, o reencontro mais
importante de todos.
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