quinta-feira, 26 de abril de 2012

Consciência e democracia



Walter S. Barbosa (*)
Via Internet, estão circulando listas com nomes de candidatos cuja "ficha" desmereceria a ocupação de um cargo público. A lista é extensa e, provavelmente, não engloba outros nomes que poderiam estar nela simplesmente porque ainda agem sob a proteção do anonimato. Parece cruel, mas a sensação é de que, por mais "limpo" que seja, nosso voto tão cobiçado acabará colocando uma nova raposa no galinheiro.... O fato de alguns gastarem na campanha mais do que ganharão, caso se elejam, obviamente aumenta essa sensação... 

Governo é inevitável, também parecendo inevitável que de alguma forma a escolha dos governantes tenha a influência do povo. Na base da democracia repousa a linda ideia de que o povo governa por meio de seus representantes. Porém, coletivamente, o que é o povo? Qual é o nível de sua consciência? Provavelmente ainda estamos muito longe de encontrar a forma "ideal" de governo, até porque de nada vale idealizar estruturas de governo que não correspondam ao nível de consciência dos governados: se chegarem a ser implantadas, logo cairão. Daí dizer-se: "Cada povo tem o governo que merece". 

Assim, a mudança tem que ser trabalhada coletivamente, no nível da consciência. Mas essa mudança começa a partir de cada um, pois "O mundo muda quando você muda". Façamos, então - cada um de nós - a nossa parte, agindo, sim, em prol da consciência coletiva, mas atuando também em nosso próprio mundo interno - pelo caminho da meditação, do autoconhecimento - pois a verdadeira mudança só pode vir daí. O resto é repetição do passado, com lutas sem fim em torno das reivindicações do ego.
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(*) Membro da Sociedade Teosófica e da Universidade Livre para a Consciência.


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