terça-feira, 18 de outubro de 2011

Homens e mulheres são iguais, porém diferentes


Se os braços de uma jovem – feitos para amparar o amor, a maternidade, a beleza – embalam ao invés disso uma metralhadora, que sentimento isso nos causa?

Nos dias de hoje, excetuando culturas como a islâmica (inabalável ao longo do tempo pela força da religião), há uma tendência crescente à equiparação de homens e mulheres em todos os setores da vida social. Entre os fatores que contribuíram para isso, destacam-se o maior acesso das mulheres ao mercado de trabalho e o grau de liberdade alcançado por elas com o advento da “pílula”.

Relatos históricos mostram momentos importantes nesse processo de equiparação, caracterizando-o não como um “presente” da ala masculina às mulheres, mas como efeito do empenho e sacrifício delas mesmas. A Revolução Francesa foi um desses momentos.

Desde o início da revolução, as francesas participaram ativamente da vida política. Segundo as enciclopédias, “Em 1792, uma delegação encabeçada por Etta Palm foi até a Assembléia para exigir que as mulheres tivessem acesso ao serviço público e às forças armadas. Essa exigência não foi atendida. Robespierre proibiu que as mulheres se associassem a clubes, e o projeto de igualdade política de ambos os sexos foi arquivado”.

À parte a indiscutível igualdade de direitos entre cidadãos e cidadãs, se observarmos que as cidadãs diferem dos cidadãos – não apenas na conformação invertida do sexo, mas também na estrutura óssea, cerebral e anatômica, na musculatura, pele e organização hormonal, além das inclinações da mente e do coração – o que somos levados a pensar?

Tais diferenças são colocadas em relevo por Allan e Barbara Pease na seriíssima obra “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”, com indicações interessantes sobre o que cada sexo pode fazer melhor. “As mulheres se destacam em áreas onde é preciso mais criatividade do que raciocínio abstrato, como as artes, o ensino, os recursos humanos e a literatura”, dizem. Várias outras áreas podem ser acrescentadas, com ênfase na política e na sustentação das relações administrativas e sociais, alimentação e saúde.

Segundo a teósofa Clara Codd, “A Ciência Sagrada nos diz que o homem e a mulher juntos representam as forças criativas gêmeas do Universo, positiva e negativa, centrífuga e centrípeta, vida manifesta e vida oculta. No conjunto, o homem é positivo, expressa-se para o exterior; a mulher é negativa, receptiva”.

No plano da natureza, o pólo masculino – movido pela iniciativa e pela força – tem os atributos de fecundar e prover. Já o feminino, tocado pela compreensão e beleza, tem os atributos de gerar e manter. São poderes complementares. Se na família – como matriz do mundo – um desses poderes falha, ela tende a se dissolver, a entrar em colapso. Algo dentro dela deixa de funcionar na plenitude de sua capacidade realizadora.

 “Os homens e as mulheres não são rivais, mas cooperadores, sendo inteiramente diferentes na natureza e na aparência. Proibir um sexo de empregar os seus poderes peculiares e o seu ponto de vista sobre a vida da nação, é como fechar permanentemente um olho e querer enxergar tão bem quanto com os dois abertos” diz Clara Codd.

Trabalhando fora ou não, a mulher já não é mais apenas “do lar”. Nas asas da comunicação global, o mundo está dentro de sua casa. Após séculos de auto-entrega silenciosa, hoje ela pode trabalhar ativamente ao lado do homem na construção de uma sociedade mais fraterna, consciente de sua responsabilidade planetária. Se, ao contrário, focalizar-se no  homem como algo a ser imitado ou suplantado em seus próprios termos, talvez não vá além de fabricar um sub-homem, o que seria, sem dúvida, algo indigno dela mesma.


Walter Barbosa, membro da SOCIEDADE TEOSÓFICA

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